5 segredos para escolher um bom vinho de mesa
O vinho de mesa é mais acessível por ser mais barato — opondo-se ao chamado “vinho fino”, mais requintado e caro. Esse assunto ainda causa confusão entre alguns consumidores, mas a principal diferença entre as duas opções é o tipo de uva usado na produção da bebida.
Os finos são produzidos com frutas da espécie Vitis vinifera, com mais de cinco mil variedades ao redor do planeta: é o caso da Cabernet, Chardonnay, Carménère, Sauvignon e Merlot. Essas uvas têm grãos menores, casca mais espessa e um cultivo que exige cuidado, pois não se ajustam a qualquer tipo de clima ou solo.
Já os vinhos de mesa são obtidos das uvas Vitis labrusca (algumas são conhecidas como de mesa ou americanas). Elas têm a casca mais fina e grãos maiores, sendo encontradas em feiras ou supermercados e usadas para fazer sucos ou para o consumo direto. A seguir, mostramos cinco segredos para escolher um bom vinho de mesa!
1. Analise a região de origem do vinho de mesa
É importante conhecer a procedência da bebida. Há muitos vinhos de mesa de boa qualidade produzidos no Brasil e em outros países da América do Sul, como Chile e Argentina. Mas existem também aqueles oriundos da Europa, de nações como França (região de Champagne), Portugal e Espanha. A região dos pampas gaúchos é outra que produz bons vinhos comuns.
O que se percebe é que os mesmos países conhecidos por produzirem vinhos finos renomados fabricam opções mais simples, próprias para serem usadas no dia a dia das pessoas.
2. Verifique o tipo de uva
Como vimos, o vinho de mesa é geralmente fabricado a partir de uvas da espécie Vitis labrusca. Também chamada de cataúba, essa videira é de origem americana. Os produtores americanos costumam enxertar uvas americanas com europeias, a fim de melhorar a qualidade do vinho. O enxerto de videira americana recebe o nome de “cavalo”, enquanto a europeia é chamada de “cavaleiro”.
Uma casta de uvas híbridas é a Isabel (ou Isabela), originada na Carolina do Norte (EUA) antes de 1800. De lá, ela foi levada para a Europa e chegou ao Brasil, onde se tornou fundamental para a produção de vinhos.
Com a Isabel, as vinícolas fabricam vinhos tintos, brancos e rosados, bebidas destiladas, sucos, geleias, doces ou vinagres. Ela é muito cultivada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, podendo ser plantada também em regiões de clima mais quente (tropical).
Outros tipos de uva usados nos vinhos comuns são a Vitis bourquina e a Vitis rupestris. Trata-se de espécies que se adaptam a qualquer tipo de clima e solo, como a Vitis labrusca. Além da Isabel, existem as uvas Bordô, Niágara, Concord e outras que indicam que a bebida é mais simples, pois não apresenta a mesma qualidade dos vinhos finos.
Vale lembrar que Bordô e Bordeaux são uvas de espécies diferentes. A última é usada para a produção de vinhos de maior qualidade, enquanto o Bordô combina com pratos mais apimentados, carnes brancas ou vermelhas mais encorpadas, risotos, pizzas e massas em geral.
O vinho Isabel, por sua vez, cai bem com pratos leves e pouco condimentados, churrasco, massas suavemente temperadas, risotos, pizzas e sobremesas. Já o vinho branco Niágara pode ser harmonizado com:
- massas que têm molhos mais leves e aromáticos;
- frutos do mar;
- peixes (anchovas, sardinhas);
- carnes brancas;
- aperitivos em geral;
- verduras;
- molhos de pescados;
- carnes defumadas;
- carpaccio;
- paella;
- filés.
3. Atente à denominação do vinho
A bebida de mesa recebe algumas denominações especiais que a diferenciam dos vinhos finos. O vinho de cheiro, por exemplo, é o nome dado nos Açores ao líquido produzido a partir de uvas americanas. Outra denominação é morangueiro, usada tanto em Portugal quanto no Brasil.
Mais um ponto que requer atenção é a denominação no rótulo. No Brasil, ele define: vinho de mesa ou vinho de mesa de americanas. Quando a bebida é produzida com uvas europeias de melhor qualidade, a denominação é: vinho fino ou de mesa fino. A palavra “fino”, mesmo quando segue o termo “mesa”, indica que foram usadas uvas da espécie Vitis vinifera.
4. Repare no teor alcoólico, nas cores, nos sabores e aromas
Pela cor, fica mais fácil diferenciar o vinho de mesa do tinto sem correr o risco de comprar uma bebida de má qualidade. Lembre-se de que, quando falamos que os vinhos de mesa têm qualidade diferente dos finos, não queremos dizer que eles devem ser ruins — apenas não trazem o mesmo requinte das opções classificadas como finas.
Os vinhos de mesa apresentam cores mais intensas e opacas (geralmente violáceo profundo). Se tiver a oportunidade de cheirar e provar a bebida antes da compra, repare se ela exibe aromas mais rústicos e sabores com certa doçura, mas simples. Os vinhos classificados como de mesa costumam trazer um teor alcoólico que varia de 10% a 13%.
5. Observe o visual da garrafa e suas pontuações
No geral, os vinhos de mesa são vendidos em garrafões. Observe o estado de conservação da rolha e da cápsula (pequena capa de metal que envolve o gargalo e a rolha). A garrafa não pode ser vendida sem a cápsula ou com essa parte danificada.
Outro ponto a ser considerado é se a rolha ultrapassou o bico da garrafa, pois é preciso que sempre fique alinhada com ele. Rolhas saltadas podem representar vinhos oxidados ou entrada de ar. Mais um sinal de oxidação da bebida é o espaço muito grande entre a rolha e o líquido, que indica possíveis vazamentos.
A integridade do vidro também é fundamental. Verifique se não existem rachaduras na garrafa e fique atento à cor. Vinhos tintos novos com coloração âmbar ou vinhos brancos de tons amarelados requerem atenção, uma vez que tais características podem indicar problemas com a bebida.
Você também pode considerar as pontuações. Elas são dadas por especialistas no assunto e, para alguns enófilos, se trata de um ponto fundamental para atestar a boa qualidade do vinho. Entre essas pontuações temos:
- DS (Guias Descorchados);
- GR (Gambero Rosso);
- RP (Robert Parker);
- JR (Jancis Robinson);
- DEC (Revista Inglesa Decanter);
- W&S (Wine & Spirits).
Gostou de nossas dicas para escolher um vinho de mesa de boa qualidade? Que tal dar uma olhada nas opções da Vinícola Campestre? Boas compras!