Vinho branco e vinho verde: você sabe a diferença?
Você, que adora vinhos, já deve ter se deparado com nomenclaturas, no mínimo, curiosas. No entanto, entre todos os termos desse delicioso universo, o que mais deve causar estranhamento é “vinho verde”. Em um primeiro momento, você pode imaginar se tratar de uma bebida dessa coloração, mas, na verdade, não existe relação entre o nome e a tonalidade.
Dito isso, você pode pensar que vinho branco e vinho verde estão relacionados, afinal, ambas as expressões remetem a uma bebida clara, cristalina e brilhante. Porém, novamente você está equivocado. Então, afinal, o que é o vinho verde? Isso você descobre no decorrer deste post!
Acompanhe-o até o final e saiba como a bebida se diferencia dos demais estilos de vinho! Boa leitura!
O que é vinho verde?
Essa nomenclatura está relacionada ao local de origem da bebida, e não à sua cor. Ela é produzida no noroeste de Portugal, integrando as 31 Denominações de Origem Controlada (DOC) do país. Chamada de Minho, a região tem terroir e condições climáticas bem diversas do restante do país.
Esse vinho é tão importante para Portugal que, no começo do século XX, foi estabelecida a Região Demarcada dos Vinhos Verdes. Ela vai da margem do rio Minho, ao norte de Portugal, na fronteira com a Espanha, até o rio Douro, mais ao sul. Historicamente, diz-se que esse foi o primeiro vinho português exportado para os mercados europeus.
Qual a origem da nomenclatura?
Há quem diga que o nome tem relação com a alta acidez e frescor desses rótulos, que, na boca, lembram uvas ainda verdes. Outra versão da história afirma que o termo surgiu porque esses vinhos devem ser consumidos jovens. Ou seja, faz uma referência à cor da uva quando ainda não amadureceu.
No entanto, a justificativa oficial é que a origem do nome está atrelada ao clima da região. Muito úmido e com alto índice pluviométrico, o local tem uma paisagem de um verde exuberante. Daí a referência para essa Denominação de Origem Controlada.
Existem diferenças entre vinho branco e vinho verde?
Na realidade, não existe relação nenhuma entre eles. Por ser uma DOC, o vinho verde está vinculado a uma região e às normas de produção específicas desse estilo. Há uma infinidade de vinhos verdes, e podem ser brancos, tintos, rosés e até espumantes.
Brancos
Apresentam acidez intensa e delicada ao mesmo tempo. São harmoniosos ao paladar, com aromas frutados e florais muito evidentes, evidenciando o frescor do vinho.
Podem apresentar cores que variam do citrino aos tons de palha.
Tintos
São de coloração intensa, secos e apresentam taninos e muita acidez, causando o famoso efeito agulha. Essas características tornam os vinhos verdes tintos altamente gastronômicos.
No nariz, destacam-se armas de frutas silvestres e a acidez e o frescor típicos desse estilo.
Rosés
Nesses rótulos, o açúcar da fruta fica mais perceptível, resultando em uma bebida mais adamada. Apresenta aromas jovens, com notas de frutas vermelhas e sabor persistente.
A tonalidade pode variar de levemente rosada a um rosa intenso.
Espumantes
São elaborados pelo método champenoise e devem ter, no mínimo, 9 meses de envelhecimento em garrafa.
Os espumantes mantêm as características da região: são frescos e aromáticos, particularidades evidenciadas pela temperatura de consumo.
Quais as características desses vinhos?
Como você viu acima, para ser considerada vinho verde, a bebida precisa ser da região noroeste de Portugal. No entanto, essa localidade tem tantos microclimas diferentes que foi subdividida em 9 sub-regiões, cada uma com diferentes castas recomendadas para a produção da bebida.
Amarante
Fica no interior da região demarcada e suas condições climáticas favorecem as uvas de maturação mais tardia. As brancas mais famosas são Azal e Avesso, enquanto as tintas são Amaral, Espadeiro e Vinhão.
Os vinhos brancos apresentam aromas frutados e teor alcoólico superior à media da região, mas são os tintos que fazem a fama de Amarante: são vivos, carregados em cor e muito apreciados pelos portugueses.
Ave
Os vinhedos são plantados em terrenos irregulares e de baixa altitude, ficando expostos à ação dos ventos marítimos. Essa sub-região produz principalmente rótulos brancos, muito frescos, florais e cítricos. As principais cepas são Arinto, Loureiro e Trajadura.
Baião
Fica nos limites com a região demarcada do Douro. As vinhas ficam em altitude média, em um clima com invernos frios e menos chuvosos e verões quentes e secos. Isso favorece o amadurecimento das castas brancas Azal e Avesso e da tinta Amaral.
Seu vinho mais notório é feito com a Avesso, apresentando aroma frutado e intenso e uma acidez viva.
Basto
Com altitude média elevada, seu clima é mais agreste, sendo ideal para as uvas Azal, Espadeiro e Rabo-de-Anho (as duas últimas, tintas). Nessa zona, a Azal tem sua melhor expressão, originando rótulos frescos, com aromas de limão e maçã verde.
Os tintos também são singulares: preenchem a boca e são ricos em frescor.
Cávado
De clima ameno, essa sub-região está exposta aos ventos marítimos, sendo adequada para a produção de vinhos brancos à base das uvas Arinto, Loureiro e Trajadura. Apresentam acidez moderada e notas cítricas de maçã madura e de peras.
Já os tintos são elaborados a partir das castas Vinhão e Borraçal, apresentam coloração vermelha intensa e aromas de frutos frescos, evidenciando o clima de Cávado.
Lima
Mais chuvosa, Lima produz vinhos brancos, principalmente a partir da cepa Loureiro. A bebida tem aromas elegantes e finos, indo do cítrico ao floral. Os tintos, que não são tão famosos, são produzidos com as uvas Vinhão e Borraçal.
Monção e Melgaço
Com um microclima muito particular, essa sub-região se dedica exclusivamente às cepas Alvarinho (branca), Pedral e Alvarelhão (tintas), todas de maturação precoce. De lá, saem os famosos Alvarinho. Considerada uma variedade mais nobre, seus vinhos costumam ser mais alcoólicos, secos, encorpados e com acidez mais baixa.
Paiva
Em Paiva, as tintas Amaral e Vinhão atingem sua melhor expressão, dando origem aos vinhos verdes tintos mais prestigiados de toda a região. Os melhores brancos são feitos com as castas Arinto, Loureiro, Trajadura e Avesso, muito bem adaptadas ao microclima local.
Souza
De clima ameno e amplitude térmica baixa, as principais uvas brancas são Arinto, Loureiro, Trajadura Azal e Avesso. Para as tintas, a recomendação é para as castas Borraçal, Vinhão, Amaral e Espadeiro, sendo a última muito utilizada nos rótulos rosés.
Viu como vinho branco e vinho verde são bebidas distintas e que não há, necessariamente, uma relação entre elas? Agora que você conhece um pouco mais sobre essa DOC portuguesa, experimente alguns exemplares. Você vai se surpreender com o que esses rótulos oferecem.
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