Afinal, quem tem pressão alta pode beber vinho?
A pressão alta ou hipertensão, segundo a SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), atinge mais de 30 milhões de pessoas no Brasil. Já o consumo de vinho aumentou em mais de 18,5% em 2018, conforme dados do IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho).
Ou seja, o brasileiro está consumindo mais vinho. Será que o seu consumo tem alguma relação com o aumento de hipertensos? Quem tem pressão alta pode beber vinho? Afinal, o que é pressão alta ou hipertensão?
Muitas perguntas, não é mesmo? Além do mais, o vinho não precisa ser apontado como o vilão da pressão alta. Portanto, continue a leitura, respeite as prescrições do seu médico e desfrute de um delicioso vinho!
O que é pressão arterial?
É a pressão que o sangue exerce dentro do nosso corpo ao ser bombeado pelo coração. Nosso coração recebe o sangue oxigenado e envia para o restante do corpo através das artérias e veias.
Para realizar essa tarefa, o sangue precisa de pressão. Entretanto, ela deve ser menor que 120/80 mm/Hg (milímetros de mercúrio) ou 12 por 8, como é comumente falado. Se a pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias e veias for maior, tem-se um quadro de pressão alta ou hipertensão.
Como saber se tenho pressão alta?
A pressão alta não tem sintoma nenhum, por isso, passa despercebida pela maioria da população. Somente durante uma crise hipertensiva, que a procura por ajuda médica, aumenta. É considerada alta, quando você apresenta três medidas diferentes no período de pelo menos uma semana.
De forma preventiva, a sociedade brasileira de cardiologia, recomenda que a medição da pressão arterial seja feita anualmente, sendo que, para os hipertensos, as avaliações nas consultas de rotina já são suficientes.
A aferição da pressão é indicada pela unidade milímetros de mercúrio (mm/Hg). A seguir, alguns valores de referência:
- pressão arterial normal:menor que 120/80 mm/Hg;
- pré-hipertensão:entre 120 e 129/80 mm/Hg;
- hipertensão estágio 1: entre 130 e 139/89 mm/Hg;
- hipertensão estágio 2: acima de 140/90 mm/Hg;
- crise hipertensiva: valores acima de 180/110 mm/Hg.
Quais os fatores de risco?
Má alimentação, falta de atividade física e o fumo, são alguns dos riscos para a elevação da pressão arterial. Ainda que, a maior parte da população que tem pressão alta é por causas genéticas e familiares, os fatores de risco potencializam o aparecimento da pressão alta.
O álcool em excesso também é um dos fatores de riscos. Mas o problema é a quantidade e a frequência que fazemos uso dele. Por exemplo, uma taça de vinho não faz mal para ninguém e quem tem pressão alta pode beber vinho sem causar danos à saúde e o aumento da pressão.
O segredo para manter os cuidados com a saúde e continuar apreciando alguns momentos de prazer é a moderação. No entanto, nunca deixe de seguir as recomendações do seu médico.
Quais as propriedades benéficas do vinho?
Vinho é a bebida mais antiga do mundo. Antes mesmo do nascimento de Cristo, os egípcios, os romanos e os gregos já consumiam vinho. Além do simbolismo nas comemorações e sua sofisticação, a bebida extraída das uvas é um brinde à saúde.
Novas descobertas científicas revelaram que há benefícios para a saúde com o uso moderado do vinho, mesmo para aqueles portadores de doenças crônicas. Os benefícios vêm de algumas substâncias presentes nas uvas, como veremos a seguir:
Polifenóis
São micronutrientes que estão presentes nas uvas, principalmente nas cascas e nas sementes, sendo que os alimentos ricos em polifenóis — como é o caso do vinho —exercem ação antioxidante no organismo. Os polifenóis são divididos em:
- flavonoides: propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. São encontrados nas frutas, legumes, no chá-verde e no vinho.
- estilbenos: auxiliam na redução do colesterol “ruim” (LDL) e aumenta o colesterol “bom” (HDL) no sangue.
- lignanas: antioxidante presente na linhaça, legumes, hortaliças, grãos, cereais e frutas.
- ácidos fenólicos: têm ação antioxidante, sendo encontrados no chá-verde, na canela, em frutas como mirtilo e kiwi, bem como na ameixa, maçã e cereja.
Resveratrol
Poderosa substância produzida pela videira, é produzida para proteger as uvas do calor, da umidade e das doenças que podem atingir a plantação. Além disso, ela também protege nossa saúde. Quanto maior for a intensidade da cor do vinho, maior a concentração da substância, ou seja, o vinho tinto tem mais resveratrol que o vinho branco.
O resveratrol é o responsável pela maioria dos benefícios já conhecidos e presentes no vinho, tendo ação antioxidante e cardioprotetora, alcançados a partir do consumo regular de vinho tinto. Vale lembrar que o consumo diário é de uma a duas taças para os homens e de uma taça para as mulheres. Confira a seguir, alguns dos riscos para a saúde que o consumo moderado de vinho pode reduzir:
- aterosclerose, por combater o colesterol ruim;
- pressão arterial, pois é rico em potássio, substância que ajuda no controle da pressão;
- aumenta o colesterol bom (HDL);
- previne as tromboses, os derrames e os acidentes vasculares cerebrais (AVC), por ser antioxidante;
- diminui a ocorrência de problemas cardíacos, como o infarto, pois combate o colesterol.
Estudos mostram que o vinho beneficia também a atividade cerebral, o aparelho digestivo e o respiratório. Também promove a produção de insulina e diminui os riscos de câncer e retarda o envelhecimento.
Como pôde ser visto, o consumo de vinho só traz benefícios à saúde, principalmente quando é associado a uma alimentação saudável e com a prática regular de atividade física.
É importante voltar a frisar que esses benefícios só ocorrem quando o vinho é consumido com moderação, de uma a duas taças para os homens e uma taça para as mulheres, como parte de uma dieta balanceada.
No entanto, os portadores de doenças crônicas, também podem consumi-lo. Sendo assim, não há contraindicação ao consumo e, mesmo quem tem pressão alta pode beber vinho. Mas, claro, consulte seu médico e, caso não tenha nenhuma restrição, aproveite uma deliciosa taça de vinho.
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