Afinal, vinho seco ou suave? Entenda as principais diferenças!

A classificação do vinho segue alguns critérios. De forma geral, temos o vinho tinto, o vinho branco e o espumante. Outra classificação relevante é a que o divide em vinho seco e suave.

É importante conhecer as principais diferenças para apreciar melhor a bebida, para saber fazer boas escolhas na hora de comprar ou de pedir em um bar, restaurante ou, ainda, para conversar com os amigos sobre o assunto.

No entanto, não precisa se preocupar! Não é preciso aprender tudo de uma vez. Aos poucos, com a prática de degustar vinho, o conhecimento será adquirido. Pensando nisso, montamos este artigo para que você saiba escolher entre vinho seco ou suave!

A legislação específica

Existe uma legislação regulamentadora da produção de vinhos no Brasil. Trata-se da Lei nº 7.678/1988. No dia de 20 de fevereiro de 2014, ela recebeu uma adição: o Decreto nº 8.198. Esse decreto incluiu uma nova classificação, incluindo o vinho meio seco, além do vinho seco e do vinho suave.

A legislação estabelece critérios para os processos produtivos, distribuição e comercialização de vinhos. Atua para garantir produtos de qualidade no mercado, de modo geral.

O tipo de uva usada

As uvas são uma das diferenças entre os dois tipos de vinho. O vinho seco é elaborado a partir de uvas da família Vitis vinífera (uvas europeias) e também Vitis labrusca (uvas americanas) no caso do Brasil. As Vitis vinífera ou também conhecidas como “uvas nobres”, tem a finalidade de elaborar vinhos finos e as Vitis labrusca são utilizadas na elaboração de Vinhos de Mesa e Sucos de Uva.

O vinho suave no Brasil, por sua vez, é elaborado a partir de uvas Vitis labrusca ou americanas, que possuem uma complexidade aromática menos marcante. Pode-se citar como exemplos, as variedades Isabel, Bordô, Hebermont, Niágaras e Concord.

De qualquer modo, alguns estudiosos afirmam que, na hora de escolher entre vinho seco ou suave, não é o tipo de uva que faz a diferença, mas a forma de elaboração da bebida.

É possível, por exemplo, produzir vinho suave de uvas nobres. Mas, em sua maioria, ele é produzido de uvas americanas, semelhantes àquelas que usamos em casa para consumo in natura.

A forma de produção

A característica mais importante de um vinho seco é o volume de açúcar que existe na bebida. Para receber essa denominação, o vinho deve receber, no máximo, quatro gramas de glicose por litro.

Chama-se de açúcar residual àquele que permanece na bebida depois de todo o processo de fermentação. O nome é devido ao fato de, durante o processo, uma quantidade de açúcar ser transformada em álcool.

Após o esmagamento das uvas, a fermentação tem início e isso continua até que as leveduras transformem em álcool um percentual do açúcar existente. Se o açúcar residual for menor que quatro gramas por litro, o vinho está caracterizado como seco. Dessa forma, a doçura não é percebida no vinho seco.

O vinho suave, por sua vez, exibe um volume de açúcar bem maior em sua composição. No Brasil, um vinho suave deve ter mais de 25 gramas de glicose a cada litro.

Em sua fabricação, portanto, as uvas são fermentadas até que se alcance o nível de doçura pretendido. Depois, baixa-se a temperatura para interromper a fermentação ou usa-se o processo de filtragem, para que os levedos cessem a transformação de açúcar em álcool. Outra maneira de produzir vinho suave é acrescentando açúcar à bebida.

O vinho meio seco

Se você se sente em dúvidas sobre escolher entre vinho seco ou suave, conhecer o vinho meio seco e optar por ele é uma alternativa. Ele é um meio-termo e agrada o paladar de quem não se adaptou com o seco ou suave.

O vinho meio seco oferece um alto teor de açúcar residual. Isso considerando o açúcar da uva e também o açúcar adicionado. Conforme a legislação que rege a classificação de vinhos no país, o total de glicose deve ficar entre 4 e 25 gramas por litro para que a bebida seja considerada vinho meio seco.

Alguns vinhos desse tipo são mais frutados, com o sabor de frutas maduras. Há vinhos de boa qualidade nessa categoria. A lei permite valores de doçura variados para o vinho meio seco ou demi-sec.

Assim, pode-se encontrar desde vinhos com doçura quase imperceptível até aqueles bastante adocicados. Um vinho mais próximo de 25 gramas de açúcar por litro certamente será bem mais doce que aquele que tem 4, 5 ou 6 gramas por litro.

O vinho meio seco conta, na maioria das vezes, com o açúcar residual da própria fruta. Mas também é permitido adicionar açúcar exógeno, como o da cana-de-açúcar (sacarose).

Esse tipo de vinho provoca maciez e delicadeza ao paladar, servindo como meio-termo entre vinhos secos e suaves. Ele se torna uma excelente opção para as pessoas que gostam de vinhos secos, mas também gostam de vinhos açucarados.

O vinho seco

O vinho é considerado seco, de acordo com a legislação, quando tem no máximo 4 gramas de glicose por litro. Basicamente, a grande característica do vinho seco está na quantidade de açúcar presente na bebida.

Após o processo de fermentação as leveduras se transformam em álcool grande parte do açúcar composto nas uvas. Depois de concluído, esse teor de glicose vai determinar a classificação do vinho. Se estiver abaixo de 4 gramas por litro, o vinho é considerado seco.

A uva utilizada na produção são viníferas ou americanas, ou seja, são uvas como a Vitis Vinífera e a Vitis labrusca. Sendo que na produção de vinho seco não consta adição extra de açúcar.

O vinho seco existe em diversas categorias, se você ainda não tem familiaridade com essa classificação, é aconselhável iniciar por vinhos mais leves e delicados. Para apreciar devidamente e reduzir as notas marcantes da bebida, harmonizando perfeitamente com o prato e momento.

O vinho suave

O vinho suave, como o próprio nome diz, tem o sabor mais suavizado devido à quantidade de açúcar. Por serem mais adocicados, é um tipo de vinho que agrada à maioria das pessoas, principalmente os iniciantes.

Para ser considerado um vinho suave, a bebida deve conter acima de 25 gramas de açúcar por litro, de acordo com a legislação brasileira. Como o nível de glicose é alto, não apresenta notas marcantes de textura e aroma.

Vinhos do tipo suave são produzidos a partir de uvas de mesa ou americanas (Vitis labrusca) que são geralmente as consumidas in natura.

No caso de vinho suave, parte menor do açúcar é transformado em álcool pelas leveduras, sendo assim, permanece mais doce. Motivos que explicam ser um vinho considerado delicado, fácil de beber e que não agride o paladar.

A harmonização de pratos e vinho seco ou suave

Os vinhos complementam a gastronomia e tornam tudo mais especial. É uma combinação de sucesso que proporciona uma experiência completa para qualquer pessoa, desde que seja composta da forma correta.

Para tanto, cada tipo de vinho é indicado para acompanhar e valorizar as características de determinados pratos. A seguir, sugerimos algumas dicas de harmonização gastronômica.

Para vinhos secos, podemos considerar as seguintes opções:

• tintos leves: queijos (Camembert, Brie, Gouda…), pizzas, peixes grelhados, massas com molhos mais leves, carnes brancas;
• brancos: saladas, queijos, sushi, ceviche, salmão, mariscos, risotos, aves;
• rosés: carnes brancas, camarão, raviolis pouco condimentados, salmão, salada;
• espumantes frutados: saladas e sobremesas.

Para vinhos suaves, as opções de harmonização são menos exigentes, justamente por ser um tipo de vinho menos complexo. Sendo assim, temos as seguintes opções:

• carnes de aves;
• carnes defumadas;
• churrascos;
• peixes;
• massas (como pães e torrados acompanhados de patês);
• queijos maduros.

O vinho suave e o vinho doce

De acordo com a classificação oficial, o vinho doce não deve ser confundido com o vinho suave. No caso do vinho doce, que também é chamado de “vinho de sobremesa”, não é acrescentado açúcar. O dulçor pode ser resultante do fungo Botrytis cinerea.

A colheita realizada de forma tardia também pode ser a causa da doçura. Ela geralmente ocorre após um mês de maturação.

Outro motivo para o vinho ser verdadeiramente doce é a pacificação, uma técnica antiga desenvolvida pelos romanos para melhorar a concentração de sabores e de aromas do vinho.

As uvas ficam descansando sobre mesas de madeira por todo o inverno. Dessa forma, perdem até 40% do peso, virando o que chamamos de “uvas-passas”. Outra razão para a doçura do vinho doce é o acréscimo de aguardente para o aumento do teor de álcool.

A grande variedade de tipos de vinhos facilita encontrar o que mais vai combinar com o seu gosto, seja um vinho seco ou suave. Como é uma questão de paladar, é possível encontrar a opção que vai combinar perfeitamente com o jantar.

Contudo, para tornar tudo ainda mais especial é fundamental que o vinho seja de qualidade e tradicional no mercado brasileiro. É a garantia que vai agradar toda a família e amigos, vivendo uma experiência memorável.

Com esses esclarecimentos, esperamos ter deixado mais claro para você as diferenças entre os dois tipos de vinho, facilitando sua escolha entre vinho seco ou suave. A diferença fundamental é a presença de mais ou menos glicose em proporções específicas.

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