Entenda como a temperatura do vinho influencia em suas características
Muita gente acredita que a temperatura do vinho só é boa se for em seu estado natural. Porém, não é bem assim. Afinal, a “temperatura ambiente” é muito relativa, especialmente quando se trata do clima no Brasil.
No entanto, nada influencia mais a apreciação de um vinho seco quanto a sua temperatura no momento em que ele é servido. Mesmo que possa parecer exagero, alguns graus, tanto para mais como para menos, são capazes de fazer total diferença no paladar daqueles que gostam de degustar essa bebida milenar.
Neste post aprofundamos um pouco mais sobre o assunto, e mostramos o que muda em relação às características do vinho no que se refere à temperatura, a fim de que você aprecie o seu vinho preferido nas condições ideais. Continue a leitura e confira!
A temperatura do vinho e suas características
Corpo
O nosso sentido que está diretamente sujeito aos vapores é o olfato. Uma das razões pelas quais devemos degustar os vinhos tintos a uma temperatura mais elevada em relação aos brancos é que os mais encorpados apresentam peso molecular maior do que os mais leves.
Tudo isso é importante porque o “corpo” nada mais é que a definição de como o vinho é sentido materialmente na boca, ou seja, em relação a sua densidade ou peso.
Casta
No mundo todo existem cerca de 10 mil castas — ou seja, variedades de vinha. Resultado de processos de mutação natural ou fruto de experiências propositais com fertilização cruzada, encontramos castas mais conhecidas e procuradas em relação a outras não tão relevantes.
Sabendo que a volatilidade de um vinho depende diretamente de sua temperatura, algumas variedades produzem bebidas mais voláteis do que outras. Por exemplo, a Pinot Noir é mais volátil do que a Cabernet Sauvignon, razão pela qual a primeira casta (Borgonha), geralmente é servida mais fresca do que a segunda (Bordeaux).
Tanicidade
Dos componentes mais relevantes de um bom vinho, seja em equilíbrio ou em destaque, o tanino é um elemento contido apenas nos tintos e é responsável pela sensação de secura e adstringência na boca. Em outras palavras, ele é o causador daquela impressão de travar a boca. Quanto mais sementes e cascas estiverem envolvidas no processo de vinificação, maior será o nível de tanino encontrado na bebida.
Além disso, quanto menor a temperatura, mais evidente fica a tanicidade, tornando o vinho até mesmo ruim e desagradável se a bebida estiver muito gelada.
Aroma
Temperaturas muito altas provocam tanto a perda do frescor como da elegância, tornando o vinho efêmero. Por outro lado, temperaturas demasiadamente baixas são capazes de mascarar qualquer tipo de aroma que o vinho possa ter.
Quanto mais elevada a temperatura, portanto, maior a evaporação e, assim sendo, maior acentuação do seu perfume. É preciso saber dosar esse reforço, pois o perfume já é naturalmente intenso no caso de muitos vinhos brancos, por exemplo.
Doçura
A relação entre temperatura e doçura é simples: a sensação doce é acentuada pelas altas temperaturas e amenizada com as mais baixas na hora da degustação.
A temperatura ideal para servir os vinhos
A melhor apreciação dos vinhos tintos se dá, em média, entre 16°C e 18°C. Quem experimentar um vinho muito acima dessa temperatura o sentirá excessivamente alcoólico, uma vez que o álcool evapora com mais rapidez. Também, de certa forma, terá a sensação de uma bebida “pesada” ou demasiadamente suave em sua estrutura.
Então, qual é a temperatura ideal? Para aquelas pessoas perfeccionistas, o ideal seria supervisionar a evolução da temperatura constantemente com um termômetro, e resfriar o vinho de tempos em tempos. Definitivamente, não se trata de uma tarefa fácil.
A verdade é que a melhor solução, portanto, seria resfriar a garrafa um pouco além da temperatura ideal para consumo, possivelmente, quatro ou cinco graus, abrir, servir e degustar aos poucos, até que o vinho se ajuste à temperatura ambiente e encontre um equilíbrio.
Caso você note que a bebida tenha esquentado demais, volte com ela para a geladeira, balde de gelo ou freezer por alguns minutos, para então servi-la novamente. Por fim, especialmente no calor, não deixe de acompanhar a evolução da temperatura e faça os ajustes que forem necessários para que o vinho fique sempre no ponto ideal.
O armazenamento correto
Outra questão que pode gerar muita confusão é a temperatura de armazenamento, que é bem diferente, em alguns casos, se comparada com a de servir.
Para aqueles que têm uma adega climatizada, o ideal é manter a temperatura dela entre 15 e 16°C. Nesse caso, se precisar de esquentar o vinho, alguns minutos em temperatura ambiente são mais que suficientes. Por sua vez, se for necessário resfriar, geladeira ou balde de gelo por algum tempo antes de servir são ótimos aliados, principalmente na falta de uma adega climatizada.
Para esse tipo de situação, um acessório muito bem-vindo é o termômetro de garrafa. Caso for preciso que o vinho seja aerado ou decantado, com o intuito de não perder tanto a temperatura, envolva a boca do decanter com um plástico filme e siga as mesmas regras: balde de gelo ou geladeira.
Outra dica interessante para armazenar a bebida corretamente é deixá-la na porta da geladeira. No entanto, vale lembrar que toda vez que a porta for aberta, a garrafa recebe ar quente e um pouco de luz — e isso pode alterar o sabor do vinho. Portanto, deixe a bebida na porta apenas se você for consumi-la no mesmo dia, ou no máximo, de um dia para o outro.
Como vimos, entender pelo menos um pouco sobre a temperatura do vinho é muito importante para quem quer ter uma boa experiência na degustação. Afinal, quando a temperatura estiver longe da ideal, ela influenciará negativamente. Por outro lado, saber como um bom vinho na temperatura correta se apresenta no paladar é algo capaz de proporcionar momentos memoráveis.
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